O ambiente escolar é terreno fecundo para o desenvolvimento da generosidade. Assim como a família, ele oferece o espaço para as relações humanas já nos primeiros anos de vida. Nada mais propício então do que estimular esses gestos no meio educacional entre todos os seus sujeitos: escola, professor e aluno.
Dinâmicas, campanhas e projetos que incentivem atitudes solidárias são importantes, assim como o exemplo dos professores e o apoio de pais e responsáveis.
Pessoas que apresentam a virtude do altruísmo tendem a ser mais inteligentes social, emocional e intelectualmente. São menos propensas a aceitar injustiças e mais abertas a ceder em todos os aspectos, em tempo, atenção e bens materiais. Também se engajam mais fortemente na luta contra as desigualdades.
Ao final, conseguem ser recompensadas pelo exemplo, embora o principal objetivo que visem seja mesmo seja a ajuda às dificuldades alheias. A lição que fica é: antes de reivindicar valor, não nos esqueçamos de criar valor.
Generosidade traz também felicidade. Pesquisa feita por neurocientistas da Universidade de Zurique (UZH), na Suíça, investigou e analisou as reações e interações entre diferentes áreas do cérebro de dois grupos. A equipe descobriu que indivíduos que se comprometeram a doar determinada cifra que lhes era oferecida relataram estar mais felizes do que os que iriam gastar a quantia com si próprios.
Tudo isso nos mostra que temos um vasto campo para implementar em sala de aula condutas propositivas quanto à questão da solidariedade. É lá, inclusive, que tudo pode começar. O diálogo aberto com os alunos é interessante para propagar esse espírito. A generosidade se faz presente no início da construção da moralidade. Isto é, crianças bem pequenas que já reconhecem esse valor apresentam condutas movidas pela empatia. Em todas as séries escolares, é estímulo que merece ser desenvolvido, cultivado, para que não desfaleça. A escola pode semear a virtude, apontando como referência personalidades estudadas nas várias disciplinas. Exemplos arrastam, e isso é o bem maior nessa história.
Autor: Silvio Panteleão
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